sábado, agosto 20, 2005

CASO 13 - Dilatação esôfago-gástrica





A cirurgia da neoplasia de esôfago é uma das atividades que mais me motiva. Tanto motiva que continuo operando a despeito de todas as complicações que o procedimento pode apresentar. Quando, porém, um paciente evolui sem intercorrências, a gratificação supera toda a angústia que as dificuldades podem trazer. A prática leva à redução das complicações e, como diz o ditado, só não tem complicação quem não opera! Ou ainda, se você não tem complicações provavelmente está operando pouco! E uma das complicações é a estenose da anastomose esôfago-gástrica cervical; com ou sem fistulização. Tentei encaminhar para dilatação, porém a abordagem do endoscopista clínico, pelo fato de não ter operado, tende a ser mais conservadora. Decidi, então, passar a manejar este carma! Hoje eu dilato utilizando, se necessário, um endoscópio, para guiar um tubo oro-traqueal. Inicio utilizando tubo de 5.0 mm para avançar sobre a área de estenose. Em seguida retiro o tubo com o balonete inflado. Vou aumentando progressivamente o calibre do tubo até chegar ao 9,5 mm, sempre retirando o tubo com o balonete inflado. Não rompi nenhuma anastomose, até agora...

Assustador? Pode crer.

Atualmente tenho construído a anastomose cervical em 2 planos: um plano somente mucoso, com vicryl 4-0 e um plano somente músculo-seroso, com seda 4-0. Fica muito bom e, creio, a incidência de fístula ou estenose deve reduzir bastante.

Outro comentário é o que o Francisco, residente do segundo ano do glorioso Hospital N. Sra. Conceição, me passou. Fazer EDA aos 30 dias de alta, para romper a fibrose em fase incipiente e reduzir a chance de estenose. Boa! Um abraço ao pessoal do Conceição, em especial ao Chefe Rosenberg!

Nenhum comentário: