sexta-feira, novembro 04, 2005

CASO 28 - ESOFAGECTOMIA X DRENAGEM GÁSTRICA

Drenagem do tubo gástrico via abdominal, ascendente a partir do jejuno, sem o desconforto da SNG. Obrigado Drs. Alec e Darcy Pinto, direto de Saint Louis!

Na imagem abaixo, a jejunostomia com SNG 12 e a Sonda gástrica ascendente com SNG 14.




Pontos preparados no coto proximal do esôfago cervical nas camadas muscular e mucosa. Na imagem é possível visualizar a sutura do ístimo da tireóide. Nosso paciente apresentava um bócio às custas de um aumento muito importante do lobo esquerdo da tireóide, que certamente provocaria compressão à anastomose. Tireoidectomia parcial: lobo esquerdo.


Camadas posteriores prontas


Construção do tubo gástrico.

A partir deste caso decidimos não mais realizar a sutura de proteção, segurança, sobre a linha de grampos. Durante a minha formação em cirurgia torácica tive um caso de deiscência do grampeamento gástrico. Esse caso, representa hoje, a incidência de menos de 2% dos casos que operei.



Primeiro disparo




Segundo disparo




Jejunostomia
Não só a região cervical apresentou uma dificuldade extra. No abdome havia uma vesícula em porcelana fusionada ao ângulo hepático e recheada de conteúdo purulento, possivelmente estéril. Mesmo assim, drenamos a região sub-hepática com penrose 2 (40).


A Peça

Resumo

Nossos casos de neoplasia de esôfago são, em sua grande maioria, carcinoma epidermóide de terço médio, médio-superior e médio-inferior em pacientes tabagistas, etilistas e com sintomas há alguns meses, apresentando performance fisiológica normal ou já com queda do estado geral e desnutrição.

Então, a nossa rotina hoje para esofagectomia, sendo o estadiamento clínico compatível com o procedimento, é:

Mckeon - 3 campos: toracotomia posterior direita, seguida de laparotomia mediana e cervicotomia lateral esquerda.

Linfadenectomia sistemática: todos os linfonodos identificáveis.

Ligadura do ducto torácico.

Construção de tubo gástrico com 2 disparos de grampeador linear cortante, sem sutura de proteção à linha de grampeamento.

Anastomose cervical muito ampla, em 2 planos distindos, com pontos separados de vicryl 4-0, em mucosa e muscular.

Analgesia peridural sempre por 4 dias.

Cefoxitina no pré-operatório imediato.

Ampicilina + sulbactam por 10 dias no PO.

Não drenamos a região cervical.

Não drenamos o abdome.

Drenagem do tubo gástrico por via ascendente, através do jejuno. Não utilizamos mais a SNG.

Mantemos a sonda gástrica em sêlo d'`agua.

No PO não drenamos o hemitórax esquerdo, mesmo que a pleura tenha sido aberta e exista derrame ao radiograma e se não existir disfunção ventilatória.

Não utilizamos NPT.

Dieta pela jejunostomia a partir do quarto dia de PO. Antes a jejunostomia permanece aberta em frasco.

Dieta VO a partir do décimo dia de PO.

A equipe que trata neoplasia de esôfago no Hospital Geral de Caxias do Sul é composta por:

Dr. João Lionço - CIRURGIÃO DO APARELHO DIGESTIVO

Dr. Márcio festugato - CIRURGIÃO DO APARELHO DIGESTIVO

e EU!

O Serviço de anestesiologia é o SANE. No caso acima a anestesiologista foi a Dra. Tatiana Scalco.




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